domingo, 11 de abril de 2010

Have you ever dreamed of flying?


"Have you ever dreamed of flying?"
Me deparei com essa pergunta uma vez num filme. O nome do filme era Mr. Jones, e contava a história de um doente mental, esquizofrênico, cuja realidade inventada era muito mais real que a vida fora.
É claro que aqui eu poderia começar a discutir as milhares relações entre real e abstrato, entre ignorância e fato, e entre a nossa realidade e a dos outros. Mas não vim falar disso. Vim falar dessa pergunta: "Você já sonhou que voava?". O personagem principal, interpretado por Richard Gere (que eu sinceramente acredito já ter nascido de cabelos brancos), pergunta isso para sua médica, e ela responde: Quando criança, acho. Por que?
E essa e facilmente compreendida como a resposta da maioria das pessoas. Por que?
Talvez porque quando criança a facilidade de isso se tornar verdade é maior. Existe no sonho do vôo a sinceridade e a entrega de um sonho de criança. De uma liberdade incondicional, que parece não só possível, mas real. Adultos são mais pé-no-chão, e essa expressão não é a toa. Sabendo das conseqüências, das possibilidades reais de uma vida factual, perdemos o sonho.
O personagem, no filme, tinha uma constante necessidade de cometer quase um suicídio, pular do topo de casas. E sempre acabava sendo impedido. A sensação de pular não é algo que experimentamos com muita freqüência, mas sempre se torna algo a ser lembrado. O estar completamente solto no ar, sem depender de nada, ninguém e nem de você mesmo. Como quando pulamos para um lago, ou por exemplo no escorregador "Insano", do beach park, em Fortaleza. Sensação unica de liberdade, de independência, das mãos do destino e de mais ninguém.
Ontem sonhei que voava. O que talvez signifique que a minha criança interior ainda está viva. Bom, espero sinceramente que ela nunca morra. Mas foi tão real o sonho. Voei daqui pra Recife, e voei sozinha, não podia contar a ninguém que eu podia fazer isso. Uma delícia de vôo.
O negócio, é manter viva a criança que há na gente. Continuar voando, e acreditando, que, quanto menos acreditarmos num mundo cinza, menos viveremos uma viva cinza. São as cores que nos mantém acesos, afinal de contas.

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