domingo, 18 de abril de 2010

Bom convívio social?

Surpresas não acontecem todo dia. Se acontecessem, é claro, não seriam surpresas. As surpresas, tanto as boas quanto as ruins acontecem quando a gente menos espera. e disso são feitos os grandes dias. De todo modo, não vim aqui falar de um grande dia. Vim falar de um bom dia comum.
De um tempo pra cá, eu meio que vinha perdendo a fé. Desilusão ataca de vez em quando, e eu não tenho muito o que responder. Me sinto meio que nem na música, "qualquer coisa que se sinta, tem tanto sentimento deve ter algum que sirva". Fazia tempo que eu não conseguia conversar com estranhos. O negócio é que eu nunca mais havia esperado conhecer nenhuma pessoa que valesse, por causa de decepções recentes (nem tanto). Na verdade talvez isso só seja uma pequena parcela do problema real, que é a minha incapacidade de conhecer pessoas novas. Não que seja bem uma incapacidade. Como eu já disse anteriormente, eu meio que me fechei pra coisa toda, além do que eu não tenho mesmo uma facilidade pra conversar com pessoas que mal conheço. Por exemplo, pra "puxar assunto", nossa, me enterrem viva três vezes antes de me fazer "puxar assunto".
A tal da surpresa de ontem, enfim, foi exatamente saber que talvez isso não seja um problema. Ou melhor, que eu não tenho esse problema. Acho que talvez mesmo pra simplesmente conversar com uma pessoa qualquer, você precise de uma certa ligação. Uma certa conexão. Pelo menos pra mim, veja bem, minhas amigas são pessoas extremamente sociáveis, e não é minha culpa me sentir meio defasada nesse sentido. Conseguir manter uma conversa interessante parece as vezes uma tarefa impossível, e eu não entendo bem como pra algumas pessoas pode ser tão fácil.
Outro problema, quando já formada a ligação, no caso para mim, é calar a boca. O negocio é que na minha condição de mulher, ou talvez só na minha condição de Samantha, eu me contradigo demais, então quando consigo falar, falo demais. E não só falo demais, como paro de perceber do que eu estou falando então falo besteira atrás de besteira, e assim, fica quase impossível de não assustar as pessoas. Quanto melhor a imagem que a gente tenta passar, mais a gente se enrola.
Me disseram uma vez, que eu não parecia ligar pra pra nada, e como será que eu conseguia viver desse jeito. Isso é um ótimo exemplo de eu tentando passar uma mensagem e agindo e um jeito e as pessoas entendendo de outro. Eu me importo com as coisas até demais. Ninguém se conhece sem tempo. As pessoas podem se gostar em pouco tempo, mas nunca se conhecer em pouco tempo. Queria mesmo era parar de assustar as pessoas do mundo la fora com esses meus jeitos.
As vezes eu sou pessoal demais, mas também não sei como não ser. E parece que tudo que a gente faz é socialmente inaceitável.
Vim só dizer que ontem consegui manter conversas, com pessoas que valiam. E que minha noite acabou sendo bem bacana. E que ainda escrevo o "Manual da boa conduta social" Porque sabe como é, quem não sabe fazer ensina. No fim das contas eu devo estar enferrujada. Trocar pessoas por telas não pode fazer muito bem.

Um comentário:

  1. Não é difícil manter uma conversa interessante com vc, pare de ser tão modesta.
    E se eu me importasse com a primeira impressão, não estaria falando com muita gente agora. hahaha.
    Em uma coisa eu discordo, trocar pessoas por telas pode ser um bom negócio sim, vai depender das pessoas né? Calcule ai o custo de oportunidade.

    ResponderExcluir