quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Brigadeiro.

O que eu mais queria agora era poder inundar o mundo com bons sentimentos. Isso é, na verdade o que eu mais gosto de fazer. Gosto do encorajamento, daquela vontade de parar tudo que está fazendo para fazer aquilo que quer. E, por excessão do meu último texto, os anteriores têm sido bem melancólicos. E eu cansei de tanta melancolia, de verdade. Achei que tinha descoberto uma coisa importante, que lembrar de algumas coisas me fazia bem. E eu estava completamente nessa onda, até agora há pouco. Bem, não tão agora há pouco. Só sei que aconteceu, e que era inevitável. Então às três horas da madrugada, não existia maneira alguma de dormir, mesmo sabendo que eu tenho que acordar cedo pela manhã para uma primeira aula de caiaque. Nada funcionava, e chocolate não resolvia, fui, portanto, fazer brigadeiro.

Não tinha jeito, e não adiantava insistir, aparentemente. Me sinto idiota. Me sinto cansada, meio: Pára, mundo, que eu quero descer. Não quero sentir que o progresso também foi em vão. O progresso que eu tinha feito comigo mesma. Preciso de um tempo, mas não posso parar. Tanto a fazer em tão pouco tempo. Sem ressentimentos, me sinto livre de toda e qualquer culpa. E quem disso que isso ajuda? Me sinto mal de qualquer jeito, sozinha. Por isso são necessários planos. E brigadeiro, bastante brigadeiro. O negócio é continuar vivendo. Lembranças agora doem, e parece que eu perdi tempo. E se eu quiser chorar? Bom, acho que não importa mais. Pouca coisa importa, na verdade. Não sei se é dor ou se é só raiva, mas acho que agora talvez eu precise ficar sozinha. Vai embora, cansei da dor. Larga de mim, mentira machuca e incha os olhos. Nem era mentira eu sei, mas parece tanta besteira. Já sobrevivi a coisas tão piores. Acho que preciso mesmo ir embora que esse lugar já deu pra mim. Preciso de colo. Não preciso de ninguém, mas me recuso a acabar sozinha. Ninguém precisa, né? Na verdade. Precisar não precisa, mas querer todo mundo quer. Eu não quero agora. Agora eu preciso desaparecer. Ja já eu volto. Volto melhor e renovada, pode me esperar. Odeio começar do zero. Agora é cada um por si. O negócio é continuar vivendo. Ainda não decidi por que, mas têm que continuar a viver. E conviver com as escolhas feitas. Acho que nem é tanta raiva, é mais pesar. É sentir aquele chute no peito que te tira o fôlego. Enfim, continuar vivendo, né? Continuar vivendo.



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