quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Panquecas

Em seqüencia aos textos com nome de comida que na verdade não se referem tanto a comida quanto ao momento em que eu precisei de tipos específicos de comida, esse texto é da mesma forma sobre panquecas.
Tudo bem que essa introdução me faz parecer nada além de uma grande gordinha, mas na verdade nem sou gordinha. Nada contra quem é também, só estou querendo livrar as pessoas de mal-entendidos.
Essa noite passada eu tive um sonho absolutamente maluco. Na verdade não foi de noite não, foi no cochilo da tarde. Recebi uma ligação da minha mãe, marcando um cinema e adormeci no segundo seguinte. Então eu sonhei com isso, que tinha marcado o cinema e precisava estar pronta bem rápido, mas então eu perguntava se podia ir pronta para o treino de futebol antes, e fui pronta com minha roupinha de jogar. Saí correndo pela cidade, que nem a Lola, do filme, e fui presa por uns policiais que me disseram que era crime correr assim, que nem maluca no meio da rua entre os carros, literalmente. E eu não tenho a menor idéia de qual a relevância desse sonho para um texto chamado panquecas. Talvez seja a mudança de foco. Panquecas quer dizer exatamente isso. Uma nova perspectiva.
Depois de um razoável período de treino, e o que eu suspeito um quilinho a mais no mínimo, eu finalmente peguei a prática. E vai ver a vida é isso né. No início suas panquecas saem tortas, grossas demais, cruas e sem sal, mas depois de um tempo você aprende, como virar a panqueca no ar, como fazer ela ficar fininha, queimada igualmente, e um delícia, passando a experimentar diversos recheios e empanturrando todo mundo da casa com elas. É uma nova perspectiva, uma nova maneira de lidar com as coisas, ou mesmo todo o processo de aprender a fazer alguma coisa sozinha, por iniciativa própria. Isso vindo de uma pessoa tão sem iniciativa como eu consigo me considerar muitas vezes, é quase um milagre. Reestabelecimento. Completamente necessário depois de uns dias de cama. Não há dor que não passe, por mais que a gente sempre insista em pensar assim. Precisa apenas de tempo, e, no meu caso, teorizar os acontecimentos de forma que eu possa zombar deles, ou de mim mesma, tentando tornar tudo menor e mais prático, pra entrar na cabeça de uma vez por todas.
Então é isso sobre panquecas, amanhã vou tentar uma receita nova, de panquecas americanas, então me desejem sorte.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Mulherzinhas

Estava acostumada a achar que deveria me sentir mal, por um motivo ou outro, não importa. Hoje eu precisava escrever. E a razão para tal é que hoje, segunda-feira, por mais que eu tenha mesmo dormido mais do que ficado acordada, me sinto bem melhor em comparação aos dias anteriores. Volto a ter não só opções, mas um milhão de idéias e talvezes e prospecções futuras. Esse blog não passa de um grande desabafo, em seu interim. E por vezes pode ser mais poético, ou contar histórias, e eu sei que ultimamente não tem sido nada fácil sair de mim. Nem dizer qualquer coisa que valesse a pena ser ouvida. Acho que eu preciso ver "500 dias com ela" de novo. Já está quase de manhã, e foi ontem, mais ou menos por esse horário que eu voltei a me sentir bem, a aceitar certas coisas que eu me recusava. E ainda existe raiva, e insatisfação, mas graças a um livro "novo", que eu comprei há muito tempo e só fui realmente ler ontem. O livro em questão era "Mulherzinhas", em inglês "Little women" e que possui um filme chamado Mulheres Adoráveis, com a Susan Surandon e Wynona Ryder. (Dando a ficha.) Então, o livro, que é infinitamente mais interessante que o filme, traz a história de quatro irmãs, e todo o processo de crescer, na verdade. E antes julguei muito e achei sem propósito, e algumas partes dele me parecem uma imposição de valores meio forçada, mas não é essa a questão. Ou talvez até seja, por que o que o livro realmente trata são valores. Valores esquecidos e relembrados, na própria dureza do cotidiano, uma lembrança das coisas na vida que realmente valem a pena. Além de ser uma delícia de ler. Cem páginas à virar num piscar de olhos enquanto eu me deliciava com aquelas vidinhas simples, de meninas simples, que descobriam o valor de não julgar os outros ou a controlar suas emoções de modo a não agredir alguém sem querer. E eu acabei me identificando muito. Com coisas eu mesma já tinha pensado, e com a maneira que eu vinha agindo, sem me importar com nada que realmente valesse a pena. Que para se poder apreciar o ócio nós precisamos aprender o valor deste, por meio do trabalho. E da honestidade. Entre outro milhão de coisas. E fui me perdendo nisso, e quando vi, já estava muito melhor, e é um processo eu sei, é um processo lento de cura.
Hoje eu cozinhei às 3h da manhã. Muito ânimo, de fato, fui fazer panquecas, que, na verdade, saíram um desastre de feias, mas até que gostosinhas. A massa ficou grossa, e não ficou lisa, enão achei nada aqui em casa que pudesse servir de recheio, mas deu pra alimentar. Hoje vou trabalhar às 10h na montagem de uma exposição o que me parece bem divertido e propício para colocar a cabeça no lugar.
Vou parar de adiar, e vou atrás de tudo aquilo que eu realmente quero pra mim. Cansei de me sentir deixada para trás, sabe?
E hoje na verdade já é terça-feira, que eu considerei segunda por ainda não ter ido pra cama embora já sejam cinco da manhã. Nada como um dia após o outro.

Eu só queria mesmo era ajudar as pessoas com esse blog. Eu já falei isso aqui antes, e ler isso da boca para fora, na verdade parece meio ridículo embora seja verdade. E todos os ultimos textos pra mim perderam completamente o valor poético que eu achava que tinham para parecer absolutos desabafos. Isso não significa que está pior ou melhor, mas é que eu ando me envolvendo tanto comigo mesma e com a minha insatisfação e com a minha dor que eu deixei de fazer alquilo que eu mais queria fazer. Mas enfim, vou ficando por aqui. Beijos a todos, e se algum de vocês souber fazer uma panqueca que preste, por favor, você sabe onde me encontrar!

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Anúncio.

Procuro relíquias. Procuro novidades. Procuro uma bela coleção de jóias antigas, e se possível, raras. Procuro na verdade, qualquer coisa que tenha qualquer apelo à minha pessoa. Ao sentir demais a gente acaba por não sentir mais nada. Seja lá o que for, tudo me dá náuseas. Vai ver foi trocar as refeições por doces. Decidi que na segunda-feira eu volto a viver a minha vida.
É isso que eu tenho a dizer por hoje, que fique claro é um texto sobre coisas que procuro e não coisas que perdi, portanto, se alguém encontrar alguma dessas coisas, favor informar.

Grata.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Uma nova ou velha história.

Pintei os olhos de verde. Sonhei que deveria fazê-lo, e assim o fiz. Sonhei que isso me faria bem, vestia-me no caso para um carnaval, e me pintei de verde. Que um pouco daquela alegria passasse aos meus olhos. Só queria uma saída. Só queria esquecer de uma vez tudo aquilo eu passei meses tentando me lembrar, tentando me convencer que existia. Não que nunca tivesse existido, acredito piamente que sim, mas a questão não é essa. Lembrar agora me dói então devo lembrar de qualquer outra coisa.Preciso de uma outra história qualquer história. Queria efusivo, estonteante, cambaleante, borbulhoso. Demais pra pedir assim por uma noite.
Bom, o difícil mesmo foi voltar pra casa, que sair foi fácil. Quase como aceitar a derrota. O difícil sempre foi aceitar a derrota.
Vou pegar mais uma colher de brigadeiro e algum livro novo. -Qualquer história menos a minha.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Brigadeiro.

O que eu mais queria agora era poder inundar o mundo com bons sentimentos. Isso é, na verdade o que eu mais gosto de fazer. Gosto do encorajamento, daquela vontade de parar tudo que está fazendo para fazer aquilo que quer. E, por excessão do meu último texto, os anteriores têm sido bem melancólicos. E eu cansei de tanta melancolia, de verdade. Achei que tinha descoberto uma coisa importante, que lembrar de algumas coisas me fazia bem. E eu estava completamente nessa onda, até agora há pouco. Bem, não tão agora há pouco. Só sei que aconteceu, e que era inevitável. Então às três horas da madrugada, não existia maneira alguma de dormir, mesmo sabendo que eu tenho que acordar cedo pela manhã para uma primeira aula de caiaque. Nada funcionava, e chocolate não resolvia, fui, portanto, fazer brigadeiro.

Não tinha jeito, e não adiantava insistir, aparentemente. Me sinto idiota. Me sinto cansada, meio: Pára, mundo, que eu quero descer. Não quero sentir que o progresso também foi em vão. O progresso que eu tinha feito comigo mesma. Preciso de um tempo, mas não posso parar. Tanto a fazer em tão pouco tempo. Sem ressentimentos, me sinto livre de toda e qualquer culpa. E quem disso que isso ajuda? Me sinto mal de qualquer jeito, sozinha. Por isso são necessários planos. E brigadeiro, bastante brigadeiro. O negócio é continuar vivendo. Lembranças agora doem, e parece que eu perdi tempo. E se eu quiser chorar? Bom, acho que não importa mais. Pouca coisa importa, na verdade. Não sei se é dor ou se é só raiva, mas acho que agora talvez eu precise ficar sozinha. Vai embora, cansei da dor. Larga de mim, mentira machuca e incha os olhos. Nem era mentira eu sei, mas parece tanta besteira. Já sobrevivi a coisas tão piores. Acho que preciso mesmo ir embora que esse lugar já deu pra mim. Preciso de colo. Não preciso de ninguém, mas me recuso a acabar sozinha. Ninguém precisa, né? Na verdade. Precisar não precisa, mas querer todo mundo quer. Eu não quero agora. Agora eu preciso desaparecer. Ja já eu volto. Volto melhor e renovada, pode me esperar. Odeio começar do zero. Agora é cada um por si. O negócio é continuar vivendo. Ainda não decidi por que, mas têm que continuar a viver. E conviver com as escolhas feitas. Acho que nem é tanta raiva, é mais pesar. É sentir aquele chute no peito que te tira o fôlego. Enfim, continuar vivendo, né? Continuar vivendo.



quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Saudade é plural

E eu luto pra sair, com a maior força que talvez já tive. Não quero, disso mais nenhum segundo. Presa, e sozinha - me sinto um pássaro sem asas. Uma agonia grossa corta minha garganta capaz de soltar asperidades vazias.

Numa luta enorme para chegar a algum lugar, pra procurar algum sentido, ou a razão de tantas decisões, desentendimentos e mais, lembrei-me finalmente daquilo que era real. Daquilo que valia a pena. Daquilo que fazia sentido. Procurei algo para desenhar, e mesmo sem um trisco de lápis, tudo o que eu pensava parecia subitamente fantástico. Uma sucessão de imagens, primeiro forçadas, imagens pré-existentes e um longo caminho de alteração para criação, para finalmente conseguir respostas. E nada de conseguir resposta da maneira que as pessoas pensam que conseguem respostas, ou como elas conseguiriam respostas em um filme ou algo do tipo. Ou só lembrei, assim quase sem querer. Flashs de momentos. Discussões sem futuro, porém válidas, como há muito tempo não via. Aquilo que me encantava é a beleza de um erro, e de uns tempos pra cá, busquei apenas o correto. Bombardeio de imagens, assim como a própria internet. Busquei numa pasta de retalhos salvos, algo que valesse a pena. Não busquei as saudades, mas elas vieram naturalmente. Saudade em plural, pois funciona para várias coisas ao mesmo tempo. Saudade é plural. Dias específicos, situações específicas, teimosias, bobagens, bebidas, yakisoba, olhares, só coisas que deixei pelo caminho, que um dia parei de prestar atenção. Parar de viver no passado. Ou no futuro. Ou de esperar coisas incoerentes.

Meus cisos estão nascendo. Dói todo o lado esquerdo interno da minha boca.
E eu cansei de reclamar.
Juro por Deus-sabe-lá-quem que eu cansei de reclamar. Cansei de me culpar, ou de me punir por coisas que não merecem punição. De uma hora para a outra acho que eu também mereço ser feliz. E que todo mundo merece. E é uma pena, por que tão poucas pessoas são efetivamente felizes.

PS: Adoro quando numa pausa de um texto infeliz eu consigo encontrar uma solução.
E o título pode não ter muito a ver com o texto em geral, mas eu fiquei de quatro por essa frase. Sempre acaba assim.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Uma gota de solidão.

E, querendo ou não, nesse meio tempo acabei virando, se me permite, uma colcha de retalhos dos sentimentos que eu já vivi, para mim puxar referencias de coisas e sentimentos antigos toda vez que me é conveniente, ou quando eu tenho a necessidade de sentir algo. Então por isso, muitas vezes me sinto insensível. Algo parou, e o presente tornou-se passado. Minhas memórias tornaram-se brancas, e portanto quase inexistentes por um certo período de tempo. Pequenas atividades que antes eram reconfortantes hoje em dia parecem não ter propósito algum.