Tem gente que é boba.
Tem gente que é boba por pensar que outra gente é boba.
Toda gente é pouco boba.
Pouca gente é toda boba.
Cataventos Flamejantes
Freedom is just another word for nothing left to lose.
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
quarta-feira, 25 de julho de 2012
Dia Branco
De certa
forma desconexa - uma cabeça e um corpo, nada mais - sinto saudade, sinto
vergonha, sinto muito, e as vezes sinto nada. Um turbilhão de coisas que vem a
tona, e desaparecem, um naufrágio de sensações que borbulham num corpo. Um tudo
e um nada, viro praticamente um quase lá. Cansei da vida em meios termos,
cansei de me sentir à parte. De virar um vicio, de descobrir um sentimento
depois da hora. Preferiria que fosse óbvio, que me batesse logo de vez na cara.
Nessa distância toda eu senti uma falta, senti que dentro de mim não tinha mais
nada. Ficou um buraco tão grande, que muitas vezes ainda luto pra preencher.
Não quero espaço. Não agora. Pode me sufocar se quiser. Quero explodir em cor,
que a vida em branco e pastel também precisa de um descanso. Quero que me
atinja como uma faca no rosto, que me puxe e me revele. Que não poupe em
sentimentos, que não poupe em palavras. Escolhi, sim. Quero que tome conta de
mim, e quero que não tenha mais volta. Que a dormência que passou em mim tanto
tempo vá de vez embora. Quero que me chame de maluca, quero que diga que não
faço sentido algum, mas nunca, não tão cedo quero ir embora. Desta vez quero
ficar, quero aprender, quero rir e quero chorar. Com força, e de verdade. Tome
conta de mim e me envolva, que eu quero amor, e não silêncio. Estou farta. Vejo
crescer uma ânsia, uma ira, uma fúria sem razão. Cansei de me domar. Cansei por
um pouco de não falar. Quero de uma vez por todas conquistar e quero que me
deixe assim ser, livre e sem me tomar conta, Louca e nova e renovada. Que se
era preciso um retiro, desta vez não quero, quero amar apenas, e não fazer
sentido algum. Eu escolhi sim. E amo sentir que posso em muito tempo finalmente
abandonar a escuridão que me cercava. Quero construir e quero criar. A vontade
é muita, mas a solidão é difícil também de se abandonar. Quero sentir, sobretudo
e acima de tudo. Quero saber, e ter certeza de cada passo. Quero sentir casa porque casa
é um sentimento. O barulho vai tomar conta, o silêncio talvez reine ainda.
Uma vez
ofereci um dia branco e obtive um não como resposta. Quero no mínimo uma
aquarela, agora que concordo. Não é um dia branco que quero também. Muito menos
um dia escuro. Mas insisto num mínimo de cor. O suficiente pra fazer o dia
fugir do nada. Bom, o pouco que me resta então - ofereço agora se você quiser e
vier pro que der e vier, comigo.
Tropeçar por aí.
Existem tipos diferentes de solidão. Essa agora é meio
nova. Me sinto só por fora mas não por dentro. Me sinto só num lugar, mas na
verdade não estou sozinha. Eles estão todos aqui. E mesmo assim não sei lidar
com isso. São vários os tipo de solidão. É bom andar só por aí. É bom se
descobrir um todo no meio de um grupo vazio. É bom se conhecer em cada detalhe,
o que faz isso diferente do outro, e descobrir-se sem julgar, vendo o mundo de
uma outra forma que seja sua apenas. Quando se vai só, se percebe melhor. Mas
qual a graça de perceber se não pode dividir? Seria um dilema, não fosse tão fácil
de solucionar. Não se existe nada sem se compartilhar. Um sentimento, uma ideia,
um acontecimento, um fato. O que há de ter é equilíbrio. Manter uma visão
própria, mas poder dividir. As pessoas que ama podem estar distantes
fisicamente, mas sempre serão mais próximas que a multidão em volta. Isso
também não faz perder a vontade de sair, de ver gente, de viver o mundo, de
tropeçar na rua sem ninguém pra rir de você.
Ir ao cinema, gorgonzola e coca-cola.
Uma fatia
de queijo gorgonzola e uma garrafinha de 600ml de coca-cola. Acho que
gorgonzola talvez sirva melhor com um vinho, mas hoje não é noite pra vinho.
Então pra essas substituições soturnas que serve o vicio do dia-a-dia...
Hoje foi um dia de ir ao cinema sozinha. Percebi que isso não
é costumeiro da minha parte e vai longe da vontade que se torne um hábito. Busquei
hoje a companhia dos filmes -pra isso vai muito bem também gorgonzola e
coca-cola. Percebi que mesmo preferindo ir acompanhada, descobri que talvez
haja algo para a experiência de ir ao cinema sozinha que não exista no se ir
acompanhado. Quando você vai ao cinema junto de outra pessoa, ou mesmo junto de
um grupo de pessoas, a experiência de ver um filme não é absorvida individualmente
por cada participante do grupo, mas sim assumida de forma geral, ou seja, essa
atividade, a absorção da experiência cinematográfica, funciona de maneira
similar aos participantes deste grupo. Isso eu digo de maneira generalizada
claro. Mas deve-se levar em consideração que quando em grupo, as pessoas pensam
de forma diferente da individual. Portanto, um filme que você viu em grupo uma
vez, rodeado de amigos e que jura ter sido o filme mais engraçado da sua vida,
quando visto sozinho pode ser que não gere tantos risos quanto no cinema. Mas
para isso deve se levar em consideração também o tempo ocorrido entre as duas
vezes que se viu o determinado filme.
Quando se
vai ao cinema sozinho, no entanto, a percepção do filme se dá inteiramente pelo
individual, ou seja, você tem que se forçar a perceber sozinho tudo aquilo que te
agrada e desagrada no filme, ou seja, parece exigir um pouco mais de esforço ao
assistir o filme.
Não sei se
tudo isso parece óbvio, mas é só uma coisa que eu percebi. Não sei também o
quanto isso se aplica à outros casos, mas eu sei que pra mim essa diferença é
bastante evidente.
Ando
descobrindo ultimamente que pra se fazer coisas sozinha, é necessária uma
coragem que não existe ao fazer as coisas acompanhado. Ir ao cinema é uma
delas. É ver as pessoas chegando em montes, grupos, casais, e ter certeza que
está lá por nenhuma outra razão social além de ir ao cinema sozinha. Comer
sozinha, por exemplo, é outra coisa bem difícil à principio. Primeiro deve-se
escolher um lugar ideal. Há restaurantes onde se você chegar sozinho tem uma
grande chance de parecer simplesmente um tolo. Em segundo lugar, se houver a
opção sente-se no bar e não à mesa. A mesa geralmente implica que mais pessoas
virão ou traz a grande possibilidade de pessoas perguntarem se a cadeira está
vazia. Hoje em dia num mundo cheio de tecnologia, sempre há como se distrair,
mas o bom mesmo é um livrinho à tira-colo.
Voltando ao
filme. Ainda não descobri inteiramente como me sinto em relação à ele. O filme
foi interessante, meio sem graça, meio engraçado, meio óbvio, meio inusitado.
Enfim foi um filme. Só queria saber até quando uma ficção convence um publico
de verdade. Não sei se quem está perdendo mesmo a graça sou eu ou se são as
histórias. São coisas da vida talvez, a gente vai ficando mais chato com o
passar do tempo. Alguns filmes exigem companhia.
domingo, 20 de maio de 2012
Quase
Meio-termo, nem aqui nem ali. Talvez um pouco mais ali do que aqui, as vezes um pouco de cada.
As vezes o tudo e muito o nada.
Quase é uma metade, é aquilo que não se findou, aquilo que não findará.
Quase é desmedido, muitas vezes, mas nunca exagerado.
Quase é um inacabado, um sem ideia, uma linha torta quase reta.
Quase foi uma tentativa, infindada, inconclusiva, mas permitiva.
O quase é apenas Quase possível. O quase, é possibilidade. O quase é afirmativo e é pergunta. O quase, quase é, mas não é. Parece, mas não copia. Ajusta, mas não iguala. O quase é uma potência de um todo.
Pode ser, mas nunca será.
Será, entretanto Quase meio-termo indeciso e infinal. Ele multiplica, e nada nega. Ele pode.
O quase, meio maléfico transborda e intimida, afinal ele é tudo, mas é Quase nada.
As vezes o tudo e muito o nada.
Quase é uma metade, é aquilo que não se findou, aquilo que não findará.
Quase é desmedido, muitas vezes, mas nunca exagerado.
Quase é um inacabado, um sem ideia, uma linha torta quase reta.
Quase foi uma tentativa, infindada, inconclusiva, mas permitiva.
O quase é apenas Quase possível. O quase, é possibilidade. O quase é afirmativo e é pergunta. O quase, quase é, mas não é. Parece, mas não copia. Ajusta, mas não iguala. O quase é uma potência de um todo.
Pode ser, mas nunca será.
Será, entretanto Quase meio-termo indeciso e infinal. Ele multiplica, e nada nega. Ele pode.
O quase, meio maléfico transborda e intimida, afinal ele é tudo, mas é Quase nada.
domingo, 22 de abril de 2012
domingo, 27 de novembro de 2011
Pequeno elogio a uma árvore.
Aquela árvore morreu. Talvez seja um dia de luto. Quando a vi, só os restos mortais tristemente despedaçados na grama, não consegui impedir um grito de choque. Cinzas, ou melhor, carvão espalhados onde ela anteriormente reinava.Imponente e triste, melancólica e forte, talvez ainda com um resto de vida a correr pelos seus galhos secos. A árvore se foi. A árvore preferida.
Um minuto de silêncio para a árvore que nunca falou, mas sempre viu. E que sempre foi percebida, pelo menos por poucos. Um adeus à minha árvore.
Haverão outras, mas são já outras vidas, outras texturas, outros ruídos.
E para aquela árvore que se foi sem avisar, que fique claro que ela nunca me passou despercebida. E isso já é consolo suficiente para aquela árvore que sobreviveu ás secas, mas não às chuvas.
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