quarta-feira, 25 de julho de 2012

Ir ao cinema, gorgonzola e coca-cola.


Uma fatia de queijo gorgonzola e uma garrafinha de 600ml de coca-cola. Acho que gorgonzola talvez sirva melhor com um vinho, mas hoje não é noite pra vinho. Então pra essas substituições soturnas que serve o vicio do dia-a-dia...

Hoje foi um dia de ir ao cinema sozinha. Percebi que isso não é costumeiro da minha parte e vai longe da vontade que se torne um hábito. Busquei hoje a companhia dos filmes -pra isso vai muito bem também gorgonzola e coca-cola. Percebi que mesmo preferindo ir acompanhada, descobri que talvez haja algo para a experiência de ir ao cinema sozinha que não exista no se ir acompanhado. Quando você vai ao cinema junto de outra pessoa, ou mesmo junto de um grupo de pessoas, a experiência de ver um filme não é absorvida individualmente por cada participante do grupo, mas sim assumida de forma geral, ou seja, essa atividade, a absorção da experiência cinematográfica, funciona de maneira similar aos participantes deste grupo. Isso eu digo de maneira generalizada claro. Mas deve-se levar em consideração que quando em grupo, as pessoas pensam de forma diferente da individual. Portanto, um filme que você viu em grupo uma vez, rodeado de amigos e que jura ter sido o filme mais engraçado da sua vida, quando visto sozinho pode ser que não gere tantos risos quanto no cinema. Mas para isso deve se levar em consideração também o tempo ocorrido entre as duas vezes que se viu o determinado filme.
Quando se vai ao cinema sozinho, no entanto, a percepção do filme se dá inteiramente pelo individual, ou seja, você tem que se forçar a perceber sozinho tudo aquilo que te agrada e desagrada no filme, ou seja, parece exigir um pouco mais de esforço ao assistir o filme.
Não sei se tudo isso parece óbvio, mas é só uma coisa que eu percebi. Não sei também o quanto isso se aplica à outros casos, mas eu sei que pra mim essa diferença é bastante evidente.
Ando descobrindo ultimamente que pra se fazer coisas sozinha, é necessária uma coragem que não existe ao fazer as coisas acompanhado. Ir ao cinema é uma delas. É ver as pessoas chegando em montes, grupos, casais, e ter certeza que está lá por nenhuma outra razão social além de ir ao cinema sozinha. Comer sozinha, por exemplo, é outra coisa bem difícil à principio. Primeiro deve-se escolher um lugar ideal. Há restaurantes onde se você chegar sozinho tem uma grande chance de parecer simplesmente um tolo. Em segundo lugar, se houver a opção sente-se no bar e não à mesa. A mesa geralmente implica que mais pessoas virão ou traz a grande possibilidade de pessoas perguntarem se a cadeira está vazia. Hoje em dia num mundo cheio de tecnologia, sempre há como se distrair, mas o bom mesmo é um livrinho à tira-colo.

Voltando ao filme. Ainda não descobri inteiramente como me sinto em relação à ele. O filme foi interessante, meio sem graça, meio engraçado, meio óbvio, meio inusitado. Enfim foi um filme. Só queria saber até quando uma ficção convence um publico de verdade. Não sei se quem está perdendo mesmo a graça sou eu ou se são as histórias. São coisas da vida talvez, a gente vai ficando mais chato com o passar do tempo. Alguns filmes exigem companhia. 

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